Limpei o apartamento novo todo. Arrumei todas as minhas coisas nos lugares que cabiam. Depois de dormir 4 dias no chão, desespero, dor, finalmente me encontrei em meio a tudo e decidi organizar minha vida novamente.

Fechei o quarto e a janela. Acendi um incenso. Agora estou a redigir o que você jamais irá ler... pelo simples desejo de encerrar este ciclo de vez.

Ainda dói.

Mudar de Perdizes foi tão doloroso quanto arrancar um braço de mim. Não vou esquecer jamais tudo que vivemos. Morar junto é realmente uma batalha diária, mas não tinha que ser tão difícil mesmo, e eu concordo. 

Deixei pra trás a lixeira do meu antigo quarto e o abridor de vinhos, que você tanto gostava de beber. Em agradecimento.

Por beber o último vinho na varanda - que nunca tínhamos aproveitado - comigo... Cada gole tinha um sabor diferente.

No início era mágoa.

Noutro arrependimento.

Senti o aroma da dor frutada.

Mais um, e era palatável o ciúmes amadeirado.

E, por fim, o último trago, tinha gosto de mercúrio cromo.

Cicatriz que nunca irá curar.

Tempo que jamais vai levar.

Tudo que tenho agora é um coração que não quer mais amar.

“Às vezes, não importa o quanto você ame alguém, elas não conseguem te amar de volta do mesmo jeito.”

Grey’s Anatomy [EP11-S02]

E como tudo começou, também encerro o ciclo com a música de Rubel... o final de Partilhar da versão mais bonita que já escutei.

“Não tem pra trás nada, tudo que ficou... tá aqui.”

Ansioso pra

Ver como vou me 

virar solo na vida. 

Adeus ano velho!!!

Feliz ano novo!