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            domingo, agosto 11, 2019



            
Depois que eu fui embora de mim mesmo deixei de existir. Uma parte no mundo, uma parte em você e muitas partes dentro de mim foram varridas da minha alma. Mudei de apartamento, de trabalho, de amigos, de família e me tornei irreconhecível. Quando me olho no espelho não enxergo mais quem costumava ser, não tenho nem mais as manias antigas além do cigarro - que tenho aumentado a frequência - para me manter ainda aliviado quando entristeço, quando perco a cabeça, quando me preocupo, e mais ainda quando sinto sua falta... Ah, e como eu sinto sua falta!
Como eu sinto!

Fiz uma sabatina hoje comigo mesmo. E não devia. No fundo eu já sabia.

Tudo que eu tinha do nosso tempo juntos - quando nos despedaçamos e parti solitário - juntei tudo - e era tão pouco, muito pouco que - guardei num saquinho. Sim, num saquinho! Porque eu não queria que qualquer outra coisa como o tempo estragasse as únicas poucas coisas que eu tinha de lembranças nossas. Escondi num lugar aonde não poderia ver com frequência para que eu pudesse esconder-me de mim mesmo e da parte de mim que perdi. As cartas que me você me escreveu, fotos antigas nossas, sua 3x4, ingressos de cinema, rolhas de vinho que tomei na sua companhia, tíquetes dos lugares por onde viajamos... Em verdade, a tinta impressa de alguns se apagara e, como não me lembravam, resolvi-me desfazer pois já estava consumida pelo nada.

Nada.


Foi isso que restou? Do meu sentimento por você o que ficou, foi um vazio enorme que não é preenchido nem pelas melodias mais tristes do mundo feitas e nem pelas que tocarão. Da minha vida, só o sabor insípido de minha profissão.

O que é a vida no fim das contas.

Enquanto tocavam músicas de leitura na sacada, eu entristecia a cada bilhete que lia e me perguntava em que momento, como, quando e por que deixei tudo isso passar? Tive um súbito desejo de que cada lágrima dessas transformassem a minha tristeza em pensamentos bons que voassem pelo universo até você.

Quando reencontrei meus melhores amigos, num encontro nada usual dos últimos anos desde que discutimos, antes mesmo de morarmos juntos, reconheci que era você com quem tive os melhores momentos da minha vida. Eu via você no meu futuro, te reconhecia em cada passo que eu daria, cada cargo alcançado, com o diploma da minha pós, cada sorriso, cada tristeza, mas em nenhum deles me via morando sozinho, chorando, triste, convivendo comigo apartado de você e relembrando como era bom compartilhar meu coração com o seu.

Me redescobri como um adulto que não sou, como a pessoa que não gostaria de ter me tornado, como o amante sem sua amada.

E cada lágrima que cai hoje, tenho certeza de que faz parte do processo de me redescobrir, de me lembrar quem sou, e de desfazer esse cara em que me tornei. Apenas um.

Espero que você já tenha se reencontrado.
Ainda sei que vou me reencontrar.

S06 Ep08 Barney Stinson
How I Met Your Mother.


Álvaro de Campos
AH, UM SONETO...
Meu coração é um almirante louco
Que abandonou a profissão do mar
E que a vai relembrando pouco a pouco
Em casa a passear a passear...
No movimento (eu mesmo me desloco
Nesta cadeira, só de o imaginar)
O mar abandonado fica em foco
Nos músculos cansados de parar.
Há saudades nas pernas e nos braços.
há saudades no cérebro por fora.
Há grandes raivas feitas de cansaços.
Mas — esta é boa! — era do coração
Que eu falava... e onde diabo estou eu agora
Com almirante em vez de sensação?...


[ • ] [ posted by Yukio at 4:25 AM ] [ 0 Comments ]


 
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